quarta-feira, 2 de outubro de 2019

70 ANOS

Passaram ontem 70 anos sobre a proclamação por Mao Zedong da República Popular da China. A data foi celebrada com uma imponente parada militar na Praça de Tiananmen (incluindo uma demonstradora presença de um míssil móvel dito capacitado para atingir todas as zonas da América) e algumas promessas e proclamações fortes do presidente Xi Jinping – como aquela, citada pela “The Economist”, em que afirmou que a nação chinesa terá alcançado no seu centenário a sua great rejuvenation, “um termo que encapsula simultaneamente a significância económica e territorial” e densifica do seguinte modo: por um lado, e em termos económicos, “a China será então um país fully-developed, superando os EUA e tornando-se a economia liderante do mundo”; por outro lado, e em termos territoriais, terá ultrapassado com uma reunificação a traumática separação de Taiwan decorrente da revolução de 1949.

Dado que têm sido frequentes as incursões deste espaço por algumas das evidências disponíveis quanto aos caminhos que a China tem vindo a trilhar no plano económico, tecnológico e geoestratégico, bem assim como por algumas das imensas contradições internas em presença, opto hoje por aqui trazer um mero e curioso apontamento retirado do “Financial Times Confidential Research”: apesar de toda a evolução do país no sentido do crescimento e do enriquecimento, com naturais reflexos em matéria de consumo (especialmente citadino), são 22% os consumidores urbanos chineses que declaram que abandonariam permanentemente a China se tivessem meios (leia-se, sobretudo, autorização) para tal, percentagem aquela que ascenderia a 36% no tocante a consumidores de alto rendimento. Uma indicação que, sendo talvez compreensível em tempos de grande abertura global, não deixa de afrontar o discurso oficial.

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