Sou um leitor insaciável e já conto com muitas obras de todas as espécies no meu currículo, mas não sou de todo um especialista em literatura de nenhum tipo. Daí que tenha de confessar que nunca li nada da polaca Olga Tokarczuk e do austríaco Peter Handke, este ano galardoados com os Prémio Nobel da Literatura relativos a 2018 (após a sua suspensão por um ano em virtude de diversos escândalos, entre infiltrações e abusos de natureza sexual) e 2019. Pelo que me apercebi de várias análises especializadas a que tive acesso, trata-se de dois autores muito especiais e muito diferentes entre si de inúmeros pontos de vista – ela, reconhecidamente opositora do governo ultraconservador do seu país, psicóloga, ecologista e feminista, além de uma narradora polimórfica e dificilmente classificável que se confessa influenciada por Edgar Allan Poe, Nikolai Gógol, Anton Tchekhov e Thomas Mann; ele, politicamente indefinido (ou até anti sistémico) mas manchado pela defesa que fez do ditador e criminoso de guerra sérvio Slobodan Milošević, sendo considerado incontornável por ser um dos escritores mais inovadores da nossa época (explorando “a periferia e a especificidade da experiência humana”) e tendo declarado “agora sinto-me livre” quando soube da atribuição do prémio. A minha curiosidade é grande em relação aos dois e, lendo-os, vou procurar preencher uma lacuna da minha pobre formação cultural em matéria literária – depois conto...
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