(Quando é que haverá coragem para combater frontalmente
ervas daninhas para a democracia como os Correios da Manhã e CMTV’s deste
mundo? Saúda-se a coerência de um
jornalista como Pedro Marques Lopes nesse propósito. Estranho não haver mais
nomes relevantes para associar a esse combate.)
Nos últimos
tempos tenho-me aproximado mais do Eixo do Mal,
às quintas na SIC Notícias e menos do Circulatura do
Quadrado, às quartas na TVI24.
O cenário visual
em que decorre este último programa irrita-me profundamente, é dissonante do teor
do programa, distrai a atenção da suposta profundidade que o deveria caracterizar,
tal como assim aconteceu nos seus bons tempos e não necessariamente apenas com
a presença de António Costa. Para além disso, já não tenho pachorra para digerir
o senso comum de Jorge Coelho, aguentar o afunilamento de pensamento de José
Pacheco Pereira que, ao contrário do que o próprio pensa não resulta de uma
questão de coerência, e conviver com o pensamento por vezes encriptado de António
Lobo Xavier que deixa sempre a ideia de saber mais coisas do que transporta para
o debate.
O Eixo do
Mal é um programa bem mais irregular na qualidade do debate, tem do melhor e do
pior, depende muito do estado de alma e do grau de preparação dos
intervenientes sobre os temas em debate e tal como resulta de programas com grande
prolongamento no tempo de convivência entre comentadores presta-se a divagações
e mimos interpessoais que dispenso bem. O Eixo do Mal pretende ser mais despretensioso
no debate sem deixar de penetrar fundo em alguns assuntos e tenho de confessar
que o espírito de escárnio e maldizer agrada-me. Do ponto de vista ideológico,
o debate travado sobretudo entre Clara Ferreira Alves, Daniel Oliveira e Pedro
Marques Lopes é regra geral interessante sobre algumas nuances do espectro político
em Portugal, já que Luís Pedro Nunes está normalmente fora do baralho. A sua presença
poderia ser relevante trazendo para o debate outras origens de pensamento,
mesmo que descontando algum diletantismo que emerge da figura e de algumas
opiniões. O que é curioso é que embora seguindo o pensamento escrito dos três
comentadores mais incisivos pode dizer-se que eles trazem para o debate algo
mais do que vertem nas suas crónicas regulares, os dois primeiros no Expresso e
o terceiro no Diário de Notícias.
Nos últimos
tempos, Pedro Marques Lopes tem sido o mais veemente a denunciar o que
significa de erva daninha para a democracia portuguesa projetos como o do Correio
da Manhã e o da CMTV sob a batuta da COFINA e o país parece não incomodar-se
com a mais que provável compra da TVI por esta última. Gosto de gente que não
se escude no mais borolento corporativismo profissional, as coisas são para ser
ditas e de facto órgãos de comunicação como aqueles são uma reles exploração da
baixa qualificação dos portugueses. Para corporativismo profissional de alta
expressão basta-nos o dos médicos, alguns dos quais tão adestrados nas críticas
ao SNS e tão ausentes na denúncia da incompetência ou ganância dos seus pares.
Ou muito me engano
ou o Chega de André Ventura vai ter tratamento VIP.
Sem comentários:
Enviar um comentário