António Costa fez tudo by the book na constituição do novo governo que apresentou ao Presidente da República. Primeiro, reforçou o núcleo duro, criando quatro ministros de Estado capitaneados por Pedro Siza Vieira (sintomático!), mantendo a mais-valia que é Augusto Santos Silva, integrando a sua atual peça insubstituível para toda a obra (Mariana Vieira da Silva) e já antecipando uma saída a prazo de Mário Centeno. Depois, e apenas com dois pontuais retoques de designação, manteve ministros já testados e experientes (Eduardo Cabrita, Francisca Van Dunem, Tiago Brandão Rodrigues, João Pedro Matos Fernandes, Manuel Heitor) ou ministros que funcionaram bem na sequência de remodelações recentes (João Gomes Cravinho, Nelson de Souza, Graça Fonseca, Marta Temido e Pedro Nuno Santos), mesmo que alguns daqueles ou destes possam ser contestados por razões ora aceitáveis ora discutíveis. Em seguida, promoveu secretárias de Estado (ademais mulheres, o que tem sempre as suas vantagens) a ministras, casos de Alexandra Leitão (Modernização do Estado e da Administração Pública), Ana Mendes Godinho (Trabalho, Solidariedade e Segurança Social) e Maria do Céu Albuquerque (Agricultura). Por fim, foi buscar dois novos elementos aparentemente qualificados para a função, Ana Abrunhosa (Coesão Territorial) e Ricardo Serrão Santos (Mar). E, no entanto, entre melões demasiado maduros e melões ainda por abrir, só o concreto dirá se o primeiro-ministro não se vai filiando excessivamente na linha conservadora e defensiva, isto é, pouco criativa e concretizadora, do nosso selecionador Fernando Santos – só o andar dos dias e o conteúdo das respostas irá permitir percebê-lo com inteira propriedade...
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