(cartoon de James Ferguson, http://www.ft.com)
A peça que Teresa de Sousa (TS) assina nas páginas do “Público” de Domingo é, de há muito, um must do meu dia de descanso semanal. Sendo que as mais das vezes estou em largo acordo com a autora, acontece por vezes não ser completamente assim. É o caso do texto de hoje, no qual encontro uma insanável contradição de raciocínio: TS começa por dizer ao que vem, isto é, a uma crítica fundamental ao veto de Macron às negociações de adesão da Albânia e da Macedónia do Norte à União Europeia, considerando-o em dissonância com o interesse estratégico da Europa, mas desenvolve depois argumentos que, na prática e em minha opinião, acabam por militar em favor daquela opção do presidente francês. Refiro-me aos visíveis falhanços dos anteriores alargamentos, talvez inevitáveis à data (sobretudo o de 2004) mas hoje talvez justificativos da ideia de “começar por arrumar a casa antes de lhes abrir a porta”, e à questão orçamental – atualmente em plena discussão no seio dos 27 e longe de permitir perspetivar qualquer vontade de conciliação e unidade, para não dizer qualquer caminho positivo de fundo para a construção europeia; o que a leva, aliás, a concluir o artigo com um sintomático: “Quase conseguem dar razão ao Presidente francês: ambição a custo zero não é possível.” Equacionarei mais em detalhe esta questão num post próximo.
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