Três notícias aparentemente banais mas que tocam no âmago dos nossos maiores estrangulamentos coletivos: as finanças, a comunicação social e a justiça. No caso desta última, será quase básico afirmar-se que o País persiste bloqueado a muitos títulos e que o menor deles não será certamente o da lentidão da investigação criminal e a respetiva devassa pública – uma matéria que não apenas não nos credibiliza enquanto sociedade democrática como nos cria uma imagem terceiro-mundista que não se compadece com o desenvolvimentismo europeizante que pretendemos ostentar e promover. No caso do tema que gravita em torno do quarto poder, a guerra entre a Impresa e a Cofina – que vai recrudescer após a compra da TVI pelo grupo de Paulo Fernandes – trará seguramente menos qualidade e mais especulação ao nosso já de si limitado e conturbado espaço público, assim contribuindo objetivamente para facilitar a vida de populistas e outros inimigos da democracia dita liberal. Por fim, e no caso da primeira, trata-se somente de registar o regresso em pleno de uma questão que anda no ar desde há anos: para quando definirmos o alcance efetivo do que se pretende com um banco de capitais públicos como a nossa Caixa Geral de Depósitos?
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