sábado, 8 de fevereiro de 2020

EUFORIA TRUMPIANA


Dias de alegria e alguma glória para Donald Trump, estes que acabaram de passar diante de nós patenteando uma sucessão factual tão vitoriosa que talvez nem ele próprio imaginasse ser possível.

Primeiro foram as primárias dos Democratas em Iowa a abrirem com um monumental fiasco organizativo (alguém falou de uma inconcebível mistura de uma metodologia processual medieval com o recurso a uma tecnologia do século XXI) e com a sinalização de duas pole position que entenderia como as potencialmente mais favoráveis para as suas pretensões eleitorais (um outsider relativamente desconhecido e o protagonista do discurso mais radical e menos generalizadamente acolhível, o primeiro reduzindo as chances do apontado favorito Joe Biden e o segundo minorando as chances da candidata feminina e provavelmente aquela que será a mais preparada numa avaliação integrada de todos os perfis em presença).

Depois foi o habitual momento anual do “Estado da Nação” e o incidente ali ocorrido com Nancy Pelosi (entre a mão estendida e não cumprimentada e um exemplar do discurso determinadamente rasgado à vista das câmaras), logo seguido de uma votação senatorial do impeachment que lhe correu bastante de feição (perante a completa perda de mínimos valores referenciais por parte dos republicanos, com a inesperada exceção de Mitt Romney) para tudo terminar com um discurso de vitória afrontativo e vingativamente repelente que não deixa margem para qualquer dúvida (se tal houvesse...) quanto à má formação e à qualidade humana do gangster que parece preparado e absolutamente favorito para continuar a condicionar o mundo por mais quatro anos.



(Dave Granlund, https://www.mercurynews.com)

(Signe Wilkinson, https://www.inquirer.com)







Sem comentários:

Enviar um comentário