(Eduardo Brito para o Público)
(Procurei em vão em várias FNAC’s o disco-livro. Graças
aos bons ofícios da DISTOPIA já cá canta o ARCUEIL de Joana Gama. Estamos perante aquelas edições em que não sabemos se é uma preciosidade
editorial do passado, cada vez mais rara, ou se, pelo contrário, anuncia algo
de novo. Ignoremos essa dúvida, manuseie-se e ouça-se o dito.)
Arcueil é o nome de
um subúrbio de Paris em que Eric Satie viveu longo tempo, deslocando-se de
manhã a pé para Montmartre para trabalhar em cabarets e outros exemplos da vida
noturna boémia e excessiva.
Joana Gama constrói
um disco em torno de atmosferas e peças Satienianas, combinadas com alguns
exemplos de autores portugueses (Marco Franco, Vítor Rua) e estrangeiros
(Federico Mompou e Morton Feldman) e uma remissão ao incontornável In a landscape
de John Cage.
É um livro-disco,
cada vez mais raro, com a pena de tinta permanente de Satie a criar a atmosfera
da edição, cuidada, diria mesmo preciosa.
Ideal para um fim de
noite combinada com memórias de atmosferas e de recantos da nossa
sensibilidade.
A música portuguesa
revela-se, intérpretes de exceção sucedem-se e nós agradecemos.
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