terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

UMA PRECIOSIDADE

(Eduardo Brito para o Público)


(Procurei em vão em várias FNAC’s o disco-livro. Graças aos bons ofícios da DISTOPIA já cá canta o ARCUEIL de Joana Gama. Estamos perante aquelas edições em que não sabemos se é uma preciosidade editorial do passado, cada vez mais rara, ou se, pelo contrário, anuncia algo de novo. Ignoremos essa dúvida, manuseie-se e ouça-se o dito.)

Arcueil é o nome de um subúrbio de Paris em que Eric Satie viveu longo tempo, deslocando-se de manhã a pé para Montmartre para trabalhar em cabarets e outros exemplos da vida noturna boémia e excessiva.

Joana Gama constrói um disco em torno de atmosferas e peças Satienianas, combinadas com alguns exemplos de autores portugueses (Marco Franco, Vítor Rua) e estrangeiros (Federico Mompou e Morton Feldman) e uma remissão ao incontornável In a landscape de John Cage.

É um livro-disco, cada vez mais raro, com a pena de tinta permanente de Satie a criar a atmosfera da edição, cuidada, diria mesmo preciosa.

Ideal para um fim de noite combinada com memórias de atmosferas e de recantos da nossa sensibilidade.

A música portuguesa revela-se, intérpretes de exceção sucedem-se e nós agradecemos.

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