(Twitter)
(Ainda não começaram as negociações após a data oficial
do BREXIT e a tensão anda no ar. Negociações entre
tecnocracia arrogante e populistas mais ou menos sofisticados vindos de Eaton
não auguram grande coisa, pelo que a consumação definitiva do ato terá ainda
que se lhe diga.)
A coisa conta-se de
um fôlego só, o que se ajusta bem a quem hoje tem pouco tempo e o espera mais
um Asghar Farhadi na RTP 2, O Vendedor.
Aos quatro dias andados
do mês de fevereiro, como diria o Paulo Alves Guerra na condução do programa da
manhã da Antena 2, a tensão pós Brexitiana aconteceu pelos lados do canal da Mancha,
mais propriamente pelas bandas da ilha de Guernsey que, pelo que sabia, nem é
propriamente britânica. Ora, os pescadores de Guernsey, entusiasmados pelo agitar
da bandeira do Reino manejada garbosamente pelos BREXITERS (felizes) resolver
vedar o acesso dos pescadores franceses às suas águas, dizendo algo do tipo “vão
pescar para a vossa terrinha”. A excitação andava no ar. Pois os mesmos que
vedaram o acesso às suas águas pretenderam processar como habitualmente o seu peixe
em França. Como seria de esperar, os franceses recusaram, o peixe voltou para
trás e terá eventualmente apodrecido. Simples e cristalino.
Aos quatro dias andados
de fevereiro de 2020, ano do BREXIT, talvez seja cedo para os emproados inchados
de alegria por estarem finalmente sós se aperceberem que as coisas vão ser mais
complicadas. É cedo, muito cedo. Mas não deixa de ser simbólico e talvez premonitório
do que pode acontecer se o bom senso mútuo não predominar nas negociações que
se avizinham.
Pela minha parte,
recebi hoje normalmente a minha encomenda da Presto Classical, com um disco
sobre o qual tinha o olho fisgado já alguns dias – os Concertos para Violino de
Bach com os célebres English Baroque Soloists de John Elliot Gardiner e com a
insuperável violinista Kati Debretzeni, na editora animada por Gardiner, SOLI
DEO GLORIA.
É assim a vida meus
caros Britânicos. Podem querer isolar-se, lá sabem as linhas com que irão cozer
os vossos problemas futuros, mas o acesso à vossa arte e cultura, neste caso de um inglês (de Dorset) John Elliot Gardiner tocando um símbolo da cultura europeia, já no mundo e
para o mundo, nunca irão poder cercear.
Nota
final
Por falar em música,
no domingo de manhã fomos ao centro (bastante renovado e urbano) de Gondomar,
mais propriamente ao seu Auditório Municipal, como avós babados ouvir a
Margaridinha, nossa neta mais velha e um punhado de outros jovens da Academia
de Música de Costa Cabral, para as suas primeiras prestações individuais (ou
com as suas professoras e professores) em público. Caro António estás
recompensado, os teus filhos já davam um jeito musical ao piano ou à viola (treinada
nos saudosos campos de férias do Mocamfe), mas agora tens uma neta ao piano a
dar os seus primeiros passos que não sejam apenas para a formação básica.
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