segunda-feira, 4 de maio de 2020

SINALIZANDO TRÊS GRÁFICOS

(Douglas A. Irwin, https://www.piie.com)

Dois registos negativamente interessantes quanto ao que vai correndo, abaixo, compensados por um outro mais estrutural e igualmente mais polémico, acima. Refiro-me, neste último caso, à força da globalização, medida através de um índice de abertura comercial, algo que foi bem visível nos anos do pós-guerra e até à grande crise de 2008, tendo depois recuado até ao presente (o autor designa esta fase por slowbalization); uma das grandes questões do momento brutalmente recessivo que vivemos na conjuntura atual também entronca nas indicações a que possamos chegar em relação ao que nos espera quando convocado o tempo longo, com alguns bruxos pessimistas ou alegadamente progressistas a anunciarem o fim da globalização (eu talvez não fosse assim tão depressa) e outros otimistas ou tendencialmente mais conservadores a preverem que tudo voltará rapidamente ao sítio (idem). Sendo que o certo é que a história está cheia de analistas falhados, frequentemente de modo rotundo.

Porque, e os dois gráficos seguintes são eloquentes em relação a isso, a dimensão do que se nos apresenta, à escala global mas com uma já grande nitidez nos EUA e na Europa, é de monta e roça o tremendismo no plano da sustentação dos aparelhos económicos e das suas implicações sociais, assim induzindo os mais lúcidos e/ou sábios a não se aventurarem pela obscura floresta de incógnitas que sem contemplações se lhes depara. Enquanto os mais favorecidos em senso comum se limitam a vaticinar, pouco rigorosamente aliás, que “doravante nada será igual ao que era”, eu cá por mim ainda prefiro manter-me reservado sobre tudo isto, i.e., impor-me a guarda de um prudente silêncio.


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