(Pierre Kroll, http://www.lesoir.be)
Em 18 de maio, após uma videoconferência largamente lida como histórica, Angela Merkel e Emmanuel Macron vieram a terreiro com a apresentação de uma “iniciativa franco-alemã”, na qual declararam terem-se posto de acordo quanto à dimensão e a algumas linhas essenciais de um programa de relançamento europeu a vir. Matéria para outras conversas, bem complexas em termos negociais e a serem parte das cenas dos capítulos em curso e dos que se desenrolarão nas próximas semanas.
Por ora, um breve apontamento sobre a hipotética ligação entre tal “iniciativa” e as dificuldades financeiras que afligem empresas emblemáticas dos dois países (da Lufthansa à Adidas, num caso, e da Renault à Air France, no outro) e que conduzem a promessas de muitos milhares de milhões de euros de créditos e outras formas de ajuda (já contabilizei, grosseiramente e só nestas quatro “empresas de bandeira” ou “campeãs nacionais”, 9 + 5 + 7 + 5, ou seja, 26M€ a disponibilizar, nada menos do que um terço do nosso programa nacional de resgate trokiano) – a pergunta de um milhão de dólares, neste quadro, só pode ter a ver com toda a parafernália associada aos auxílios de Estado e ao seu grau conseguido de mitigação (to say the least), assim como, e mais em especial, com a desejada reserva de um espaço próprio, e significativo, no tocante aos montantes que o futuro verá emergirem por quaisquer passes de mágica viabilizados pela alavancada reengenharia financeira em que todas as instâncias europeias se vão especializando nestes estranhos tempos de penúria continental e egoísmo nacional...
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