Desaparecimento, aos 94 anos, de Michel Piccoli (MP), um velho conhecido de quem andou por França e de quem viu alguns dos grandes clássicos do cinema em que foi protagonista – com Luis Buñuel, muitas vezes (saliento “Belle de Jour”, ao lado de Catherine Deneuve), mas também com Alain Resnais, Jean-Luc Godard, Jean Renoir, Marco Ferreri, Claude Chabrol, Louis Malle, Claude Sautet e tantos outros (incluindo o nosso Manoel de Oliveira e até Alfred Hitchcock). Numa simples pincelada, diga-se que MP provinha de uma família culta de origem italiana, foi casado onze anos com Juliette Gréco e era um cidadão ligado à esquerda socialista e a causas humanitárias e assentes em valores essenciais. Talvez não se possa afirmar que MP tenha sido enorme numa escala de máxima exigência, mas será justo afirmar-se que a sua tranquila e talentosa presença em quase cinquenta anos de carreira dá conta de alguém que ficará seguramente na melhor história da sétima arte francesa e europeia e que assim continuará a andar por aí, numa tela perto de nós.
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