segunda-feira, 25 de maio de 2020

QUEM QUER EVITAR A GRANDE FRAGMENTAÇÃO?

(Jean Plantu, http://lemonde.fr)

Parece que já está longe no tempo, mas a iniciativa franco-alemã teve lugar somente há uma semana. Depois dela, muitas peças se têm procurado movimentar nos diferentes tabuleiros, a maior parte dos quais escondidos nos labirínticos corredores dos últimos andares do Berlaymont (incluindo os limitados 25 metros quadrados correspondentes ao 13º, onde vive a presidente van der Leyen).

Há também aqueles mais afoitos a ensaiarem vindas a terreiro, seja para manterem a distância e o respeito em relação às suas indefensáveis posições (quem viu a Suécia e a Dinamarca e quem as vê hoje, mesmo quando são lideradas por supostos políticos socialistas!), seja para pressionarem num determinado e desejado sentido, seja simplesmente para fazerem uma prova de vida que só releva para os próprios.

De entre todas as que vi, escolho a fórmula utilizada pelo comissário italiano, Paolo Gentiloni, tido por ser um político cinzento aquando da sua breve passagem pelo comando de um governo italiano mas que se tem revelado um dos mais combativos comissários em funções. Apreciei, sobretudo, aquele seu aviso no sentido de que, depois de uma Grande Depressão e de uma Grande Recessão, “agora há que evitar a Grande Fragmentação”.

E estamos assim a horas de ouvir o que a senhora terá para nos dizer na sua prometida alocução de Quarta-Feira 27. Afinal que MFF iremos obter, o da Presidência Finlandesa ou um mais robusto? Afinal que montantes para a Recuperação irão ser levantados no mercado pela Comissão e quais serão a respetiva chave de repartição interna e as respetivas condições e condicionalidades? Véus que UvdL começará a destapar depois de amanhã, expectavelmente com predominância da objetividade sobre o marketing.

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