(Nicolás Aznarez, http://elpais.com)
Não quero ainda alinhar no coro de aplausos com que foi recebida a proposta das grandes linhas de um Fundo de Recuperação hoje divulgada pela Comissão Europeia e apresentada pela sua presidente no Parlamento Europeu. Setecentos e cinquenta mil milhões, dos quais dois terços sob a forma de grants, seria indiscutivelmente muito dinheiro e um quantitativo promissor para o necessário relançamento das economias europeias, mas faltam ainda pormenores clarificadores e o combate final junto dos “forretas”, ditos “frugais”. Além disso, o fosso é enorme entre o que reteve do que verdadeiramente está em jogo quem foi percorrendo os sites mais informados e relevantes na matéria e o que se ouviu na franciscana pobreza dos telejornais da noite com especial incidência em Portugal. Por tudo o que atrás se diz, prefiro assim manter alguma discrição em relação ao curso dos acontecimentos, sem deixar por isso de sublinhar quão positivos vão sendo estes dias que transcorreram entre o 18 de maio de Merkel e Macron e o 27 de maio de UvdL e seus colegas comissários. Gozemo-los, pois, embora sem demasiada excitação – e ela não apenas tem sido bastante acima do aceitável como encaixa mal com a assimilada ideia de que ninguém deve deitar foguetes antes da festa! – e com uma expectante prudência – fazendo também figas, porque não? –, na certeza de que o que tiver que ser soará. Lá mais para o Verão profundo e com a ajuda de muitos deuses, António Costa incluído, se Deus quiser...
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