Não posso dizer que foi com surpresa que assisti à lamentável prestação jornalística e cívica de Rodrigo Guedes de Carvalho (RGC) na entrevista que fez à ministra da Saúde no “Jornal da Noite” da SIC. E isso porque há ali uma escola – a mesma do justiceiro da Economia, que eles tanto apreciam e a quem gostam de chamar Zé Gomes – feita de arrogância e hostilidade em relação a tudo quanto cheire a política e serviço público, assombrados como se deixam ficar pela ideia de serem eles, e só eles, os garantes de que isto pode ir ao sítio (ou, pelo menos, que se não for não será com a sua conivência silenciosa). A situação foi verdadeiramente chocante e só foi sendo matizada à medida que Marta Temido se mostrou capaz de manter a calma e de responder com adequada conta às questões que lhe iam sendo colocadas em tom afrontativo e inquisitório. A situação tornou-se, por outro lado, tanto mais desagradável quanto RGC vinha sido elogiado unanimemente, até ao mais alto nível (PR e PM) pela sua condução do referido jornal televisivo ao longo da crise e nos seus piores dias. Há um provérbio que diz que nunca se deve elogiar o dia antes da noite, eu prefiro ficar-me pela simplicidade básica de um “há dias maus”.
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