A “guerra civil” que há largo tempo está instalada no Partido Popular espanhol, muito por via da por demais evidenciada incapacidade política do seu líder Pablo Casado, parece ter atingido agora contornos de não retorno. Para o que contou bastante a forma canhestra como aquele se atirou ao principal ativo do PP (através de alegados negócios do irmão), a absolutamente prestigiada presidente da Comunidade de Madrid Isabel Diáz Ayuso.
Mas as razões pelas quais escrevo este post, assim contrariando a mutuamente assumida sobreespecialização do meu colega do lado, são duas. A primeira decorre das dirigidas movimentações e iniciativas levadas a cabo no decurso deste processo pelo presidente do governo galego, Alberto Nuñez Feijóo, assim indiciando que ele poderá estar desta vez ― ao invés do ocorrido em momentos anteriores igualmente propícios para o seu lado ― inclinado a jogar o jogo da liderança, deslocando-se para Madrid na esteira do que fez à época o seu principal guia espiritual que foi Manuel Fraga Iribarne; falta, contudo, saber até onde vai ambição partidária e nacional de Ayuso, sendo provável que a vontade desta de ser parte da disputa de uma sucessão de Casado possa obrigar Feijóo a recuar novamente (ou talvez não). A segunda para sublinhar que, enquanto tudo isto vai decorrendo, um “clássico” está a verificar-se com o Vox (extrema-direita) a tomar paulatinamente o eleitorado até agora mais relutante da direita e do centro-direita, um caminho de perigosidade que parece inexorável (e me faz também trazer à colação o que está a suceder, ainda com algum atraso, em Portugal com o PSD e o Chega); nesta matéria, os riscos fiam bastante mais fino...
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