quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022

SINAL VERDE PARA A TAXONOMIA ENERGÉTICA EUROPEIA

(Andrés Rábago García, “El Roto”, http://elpais.com) 

Após meses de conversações e trabalhos mais ou menos secretos acompanhados de consultas intensas junto das capitais europeias, já sem falar das pressões que se fizeram fortemente sentir nos bastidores, a Comissão Europeia aprovou hoje o projeto de regulamento que classificará o nuclear e o gás como energias que podem contribuir positivamente para a transição climática, ou seja, como indústrias merecedoras de uma qualificação oficial de verde e assim classificáveis para efeitos de subsidiação e outros benefícios relevantes. A presidente Ursula von der Leyen parece ter claramente assumido os custos e riscos associados a divisões internas (quer em termos de Estados membros, havendo ameaças de recurso junto do Tribunal de Justiça Europeu, quer em termos do próprio Colégio), bem assim como aos previsíveis embaraços técnico-políticos decorrentes de uma difícil confrontação com a larga maioria dos especialistas e ativistas que se continuarão a pronunciar sobre uma matéria que não deixa de abrir contaminar a credibilidade da estratégia definida em torno da prioridade a um Green Deal. Assim sendo, ou muito me engano ou este é um processo que vai abrir novas fendas no atual e relativamente estabilizado equilíbrio de forças em presença na União e, pior do que isso, no que toca à perceção dos cidadãos quanto aos caminhos que leva esta ímpar mas sempre tão tumultuosa construção.

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