sábado, 4 de novembro de 2023

O DÉCIMO DE SCORSESE E DE NIRO

Não será certamente o melhor dos filmes realizados por esse génio cinematográfico que é Martin Scorsese (depois de “Taxi Driver”, “New York, New York” e “Raging Bull” nos anos 70, ou dos posteriores “Goodfellas”, “Gangs of New York” e“O Lobo de Wall Street”, entre tantos mais). Mas é inquestionavelmente um grande, grande filme, ao qual não falta quase nada para passar a ser mais um a constar na história do cinema. Que aqui se confunde, aliás, com uma parte da história dos EUA, num período que já dista mais de um século do nosso. A narrativa é apelativa, a da descoberta de petróleo nas terras dos indígenas osage e a atração que sobre eles de imediato passou a incidir por via da ganância dos “homens brancos” e dos esquemas por estes urdidos para procurarem beneficiar de um enriquecimento que parecia ao alcance; a investigação oficial por parte da BOI (antecessora do FBI) acaba por levar de vencida após um processo cheio de alçapões e complexidades e no quadro do qual se desenrola uma intensa história de amor entre um veterano branco (magnificamente interpretado por Leonardo DiCaprio) e a jovem nativa Mollie (igualmente interpretada de modo excelente por Lily Gladstone), com uma velha raposa (William Hale numa magistral presença de Robert De Niro, já com 80 anos mas sempre incomparável!) a orquestrar toda a cadeia de acontecimentos e reviravoltas. Mais um daqueles casos para recomendar que não perca, num cinema perto de si...

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