quarta-feira, 8 de novembro de 2023

DA BOMBA


Continua a ser excessivamente cedo para que possam existir pronúncias rigorosas e definitivas sobre a autêntica bomba que ontem caiu sobre a política portuguesa. Ainda assim, e para além do óbvio que vai passando pelos comentários (Costa será um homem sério e teve uma saída digna, Costa foi avisado em relação às suas más companhias, Marcelo tem agora a faca e o queijo na mão, as eleições antecipadas parecem ser a única via possível, o PSD vai ou não ser capaz de se apresentar unido e vencedor em eleições a vir, o PS poderá defender um novo nome para primeiro-ministro e quem e como, Pedro Nuno posicionar-se-á certamente como candidato à liderança e do País, a Justiça está a contas com um processo cujo desfecho pode ser exemplar e democraticamente determinante, o Chega será o maior vencedor do que aí vem, etc. etc.), o que me importa aqui deixar dito é do meu estrito foro de cidadão desiludido e arrependido. E aquilo de que mais me lembro neste momento é daquele célebre almoço no Pabe em que Sousa Franco, falando alto e bom som devido às suas conhecidas deficiências auditivas, se referia ao governo instalado como o pior desde D. Maria II. Por tudo o que se sabe e por mais alguma coisa que talvez nunca se venha a saber, António Costa encarnou durante oito anos a missão de ser o pior primeiro-ministro que alguma vez o País conheceu nestas décadas de democracia (para não ir muito mais atrás): nem visão nem estratégia, navegação à vista, promessas incumpridas, posições oscilantes sobre vários tópicos decisivos, total incapacidade de escolha dos seus “adjuntos” ministeriais, trapalhadas sem fim, delapidação inglória e incompetente de uma maioria absoluta, you name it... A seu tempo, e se me parecer justificável, voltarei a um assunto que é, incontestavelmente, a demonstração cabal de que não basta ter um cartão antigo da juventude do partido e frequentar os seus corredores para se estar em condições de exercer minimamente a governação do País.

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