(The Guardian)
(Desde que a guerra entre o Hamas e Israel com estrondo se iniciou tenho sentido uma espécie de naúsea permanente com a cobertura noticiosa dos acontecimentos, mesmo que avisado pelos avisos diligentes dos pivots de televisão que as imagens poderão impressionar as nossas almas dada a violência que transportam. O problema não é o seu aparecimento. A guerra é por definição a devastação em massa. O problema é a sua repetição até à exaustão e a necessidade de rever o posicionamento perante a violência dessas imagens e enquadrar por exemplo as crianças nesse cenário dantesco. Até aqui não tinha sentido a necessidade de verbalizar essa incomodidade. Mas um artigo do muito respeitável jornalista do The Guardian Simon Jenkins leva-me a fazê-lo aproveitando a sua respeitável companhia.)
A melhor forma de assumir este registo é citar o cronista do jornal britânico, retendo o último parágrafo do seu texto:
“(…) Tem de haver um limite. Uma coisa é ser ocasionalmente lembrado acerca do sofrimento dos outros e da nossa própria impotência quando se trata de mudar o mundo que nos cerca. Não vejo em que estas descrições permanentes do horror tenham alguma virtude. Espera-se que nós - e as nossas crianças- presenciem os gritos, sangue, pessoas iradas, noite após noite. Isso não contribui para aumentar a compreensão pública do que está a acontecer, apenas acrescenta raiva, discórdia e distúrbios mentais. Eu quero ver as notícias; o que está a ser mostrado é algo de diferente.”
É isto mesmo. Sem tirar nem pôr.
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