domingo, 19 de novembro de 2023

PORQUE MUDOU COSTA?

 
(Henrique Monteiro, http://henricartoon.blogs.sapo.pt) 

O que de mais intrigante ocorreu por estes dias na crise portuguesa foi a mudança de tom de António Costa. Com efeito, o ainda primeiro-ministro passou de um demissionário forçado, porque envergonhado e arrependido pelos atos dos seus próximos, a um quase feroz combatente de Marcelo e Lucília Gago ― a viragem teve as suas temporalidades de transição, a menor das quais não foi certamente a ideia que tentou vender ao Presidente de nomear Mário Centeno para a frente do Governo, evitando a dissolução, mas a verdade é que a agenda mudou e muito no referido sentido de oposição àquelas duas figuras. Não obstante, tudo permanece demasiado nebuloso, pelo menos por enquanto, no seio do PS ― veja-se, por exemplo, o modo afirmativo com que Pedro Nuno Santos prometeu que o seu partido não iria dedicar quatro meses a um foco mais judicialista do que politicamente dominado por causas e projeto, por contraste com o modo duro (e ate ressentido no caso de Ferro Rodrigues) com que as principais figuras do partido (Augusto Santos Silva à cabeça) se atiram à Procuradora-Geral da República e lhe fixam obrigações de fala explicativa e decisão atempada. Num quadro confuso como este, tudo indicando que ainda há peças em falta, julgo da maior prudência que aguardemos um pouco mais para que não me precipite sem a devida necessidade. Já basta o que basta!

1 comentário:

  1. se esperarmos acabamos sempre por ter razão! É como os prognósticos no fim do jogo.

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