Complementando os posts em
que o António Figueiredo se tem referido ao nosso comum amigo angolano José
Manuel Cerqueira, e designadamente o último (“O mercantilismo alemão” do
passado dia 8) finalizado com a ideia de que “o euro português e espanhol
afinal não são bem iguais ao alemão”, reproduzo abaixo um gráfico do “Institute
of Empirical Economic Research” (entretanto publicado num artigo do “Financial
Times” sintomaticamente intitulado “convergência ao contrário”) que é luminoso sobre a matéria: a evolução (2000 a 2012) dos saldos do sistema de
pagamentos transfronteiriços da Zona Euro (Target 2).
O gráfico espelha à saciedade o avolumar dos desequilíbrios ocorrido
desde o advento da crise de 2008 e, mais especificamente, o enorme fluxo de
fundos do BCE para sul – o défice atinge já 400 e 300 mil milhões de euros,
respetivamente, nos casos da Espanha e da Itália – e o correspondente volume gigantesco
de créditos em posse do Bundesbank (700 mil milhões). Aqui fica, pois, mais um
chamativo retrato da desintegração verificada e em curso no sistema financeiro
europeu…
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