Pois assim rezava o título da dita notícia, assinada por Rui Neves:
“Move On volta a produzir e a vender sapatos em lojas com marca Aerosoles”. No
corpo da mesma, explicava-se que tal ocorrerá na sequência de uma “aliança
estratégica” entre o grupo indiano Tata – detentor de 51% do capital da Move On
(ex-Aerosoles Portugal) – e os titulares americanos da marca. De passagem, recordava-se
ainda que “o Estado, através das suas capitais de risco, derreteu mais de 50
milhões de euros na tentativa de salvar o grupo” e que “em Portugal, resta a
fábrica de Esmoriz e pouco mais de 60 trabalhadores”.
Decidi-me por uma rápida busca na Internet, limitando-a embora a
três momentos de anos recentes. Eis alguns dos mais eloquentes resultados
encontrados:
·
13
Julho 2009, “Grande Porto” (Isabel Cristina Costa): “A Investvar perdeu a
licença da marca norte-americana Aerosoles. Para salvar o título de maior grupo
português de calçado, a empresa criou em tempo recorde uma nova marca. A Move
On - que substituirá a Aerosoles a partir do dia 1 de Março de 2010 -, é
apresentada já amanhã aos distribuidores. Além de uma nova marca, a Investvar
terá também um novo dono o Banco Espírito Santo (BES) irá controlar a empresa,
convertendo, desta forma, dívida em capital. O fundador do grupo, Artur Duarte,
fica de fora do novo projecto e deverá reduzir a actual posição de 40% para 2%.”
·
23
Setembro 2010, “Lusa”: “As negociações para a compra [ao
Fundo de Recuperação de Empresas] da Move On (ex-Aerosoles) pela Tata estão a decorrer com a
participação do empresário Artur Duarte, fundador e presidente do grupo de
calçado até Março de 2009, quando o Estado assumiu a gestão.”
·
13
Setembro 2011, “Jornal de Negócios” (Rui Neves): “O Negócios encontra Artur
Duarte no ‘stand’ da Move On, na GDS, feira de calçado alemã em Dusseldorf. Um
momento e cenário oportunos para conhecer a versão do fundador do grupo
Investvar (então mais conhecido pela marca Aerosoles) sobre o processo que
transformou o maior grupo nacional de calçado, que chegou a empregar 1.350
pessoas em Portugal, atingindo vendas de 100 milhões de euros, numa empresa
controlada pelos indianos da Tata que factura 20 milhões e tem 150 pessoas.” E
ainda, citando AD: “Governo meteu 15 milhões na ex-Aerosoles para aguentar até
às eleições".
Por favor, expliquem-me como se eu fosse muito burro!
Ou será que até dá para entender?
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