De passagem por
Bruxelas, não resisti à curiosidade de passar pelo Congresso do PES (Party of
European Socialists, reunindo os partidos socialistas, social-democratas e
trabalhistas da União Europeia) e de por lá aferir o estado do discurso e
algumas perceções e sensibilidades.
Frequentemente
acusado de excessivamente taticista, o
alemão Martin Schulz – atual presidente do Parlamento Europeu – produziu a intervenção mais consistente e mobilizadora e assim revelou claramente
as suas qualidades de liderança e o seu ascendente no seio do Partido. Destaco,
entre outras possíveis, quatro mensagens relevantes:
(i) a defesa de que o PES não cede a populismos conjunturais mais ou menos fáceis e mantém a centralidade do seu projeto em torno da ideia de Europa, embora de uma Europa urgentemente carenciada de mudança (daí os “re” que marcaram toda a comunicação – ver cartaz acima);
(ii) a defesa da atual prevalência de um défice ideológico e político e da inerente imprescindibilidade de um novo reforço da dimensão política, por forma a forçar um recuo do atual modelo de capitalismo financeiro (“risk free capitalism”) e um consequente regresso a condições de controlo dos Estados sobre os mercados;
(iii) a defesa de uma alternativa que terá de incorporar uma consolidação orçamental amiga do crescimento e uma mutualização racionalizada de certos níveis de dívida;
(iv) o apelo no sentido de que alguns resistam à presente armadilha (talvez mesmo identificada como o perigo mais grave para a afirmação e vencimento do projeto) de se refugiarem em aparentemente confortáveis lógicas nacionais.
(i) a defesa de que o PES não cede a populismos conjunturais mais ou menos fáceis e mantém a centralidade do seu projeto em torno da ideia de Europa, embora de uma Europa urgentemente carenciada de mudança (daí os “re” que marcaram toda a comunicação – ver cartaz acima);
(ii) a defesa da atual prevalência de um défice ideológico e político e da inerente imprescindibilidade de um novo reforço da dimensão política, por forma a forçar um recuo do atual modelo de capitalismo financeiro (“risk free capitalism”) e um consequente regresso a condições de controlo dos Estados sobre os mercados;
(iii) a defesa de uma alternativa que terá de incorporar uma consolidação orçamental amiga do crescimento e uma mutualização racionalizada de certos níveis de dívida;
(iv) o apelo no sentido de que alguns resistam à presente armadilha (talvez mesmo identificada como o perigo mais grave para a afirmação e vencimento do projeto) de se refugiarem em aparentemente confortáveis lógicas nacionais.
Pelos corredores,
julgo ter podido pressentir duas tónicas: um limitadíssimo entusiasmo (desilusão
mesmo?) com a nomeação pelo SPD de Peer Steinbrueck como o opositor
de Merkel nas eleições de setembro de 2013 e uma crescente predisposição dos “ciganos”
do Sul (com Seguro e Rubalcaba particularmente convergentes) para abordarem
em frente conjunta algumas das múltiplas matérias de interesse comum que atualmente afligem os
seus países.
Aqui fica um
conjunto de matérias a justificar mais e melhor exploração, ou até possíveis contraditórios…
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