Momentos de alguma sonolência no final de um dia em que a
cidadania venceu e a mentira começou a vacilar.
Constâncio, pau para toda a colher, escolhe o momento e o tom para, a partir de Nicósia, pregar aos seus compatriotas um sermão encomendado em torno do que verdadeiramente lhes deve importar nesta hora de aflição.
Bento, qual papagaio do homem de Boliqueime e insistindo em que a
sua opinião pessoal não releva, dá execução à incumbência de vir publicamente pôr
água na fervura, mas não consegue resistir a desbobinar um pouco por sua conta;
nos seguintes termos evidenciadores de uma seriedade intelectual que lhe
desconhecia: “A medida não é, como tem sido erradamente classificada,
uma medida de austeridade. É uma medida que se destina a tentar incentivar a
competitividade das economias e, através dessa competitividade, promover o
crescimento e o emprego. Basicamente a medida procura funcionar através da
redução do salário, portanto é uma medida que funciona através da redução de
salários. E o objetivo que pretende atingir, como disse, é melhorar a
rentabilidade das empresas e com isso levá-las a investir e, através do
investimento, produzir crescimento e produzir empregos.”
Melo, em nome de um chefe ainda à procura de conseguir fazer a
quadratura do círculo, vem prestar o esclarecimento (ou entalar Passos?) de que
“o
dr. Paulo Portas soube da medida, não concordou com a medida, fez advertências
para a opção pela medida, propôs alternativas à medida”, não esquecendo um recado
essencial: o CDS, num esforço patriótico, optará por não abrir uma crise
política e não irá assim pôr em causa a sua identidade (leia-se: estejam calmos
que não iremos abdicar da distribuição dos despojos que tão custosamente conquistamos
no seio da coligação). Mas ainda haverá próximos capítulos.
Dos fracos não reza a história...
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