A aparente acalmia nos yields da dívida pública das economias
sob resgate ou na eminência de o solicitar constitui de facto uma calma
simplesmente aparente na indeterminação da zona euro. Os sinais de que a
terapia da redenção pela austeridade sem abordagens complementares à recessão
global europeia começa a revelar sinais autofágicos e não é seguro que as
condições políticas para a sua continuidade estejam asseguradas. Diria que
estamos perante uma espécie de identificação do elo mais fraco. Inicialmente, a
Grécia parecia assumir esse estatuto. A situação portuguesa corre esse risco. A
Espanha pela sua dimensão e sobretudo pelas condições políticas internas pode
também resvalar para essa situação. A Itália aparentemente não está ainda
sujeita a esse plano inclinado, mas a instabilidade espanhola pode trazer
amargos de boca.
As fotografias de Samuel Aranda para o NY Times com
pedaços de uma Espanha em dificuldades ilustram na crueza do seu preto e branco
uma situação que só eufemisticamente pode ser caracterizada por um ajustamento.
A tensão política do dia de hoje e as eleições
antecipadas na Catalunha para 25 de Novembro de 2012 são pedras de toque de uma
aceleração do tempo político que, mais tarde ou mais cedo, pesará sobre a
determinação do elo mais fraco.
Destaco duas imagens da reportagem de Samuel Aranda: a
privação urbana (fotografia que abre este post) e a queda do modelo imobiliário-turístico
(imagem seguinte). Aqui tão perto.
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