terça-feira, 25 de setembro de 2012

O ELO MAIS FRACO



A aparente acalmia nos yields da dívida pública das economias sob resgate ou na eminência de o solicitar constitui de facto uma calma simplesmente aparente na indeterminação da zona euro. Os sinais de que a terapia da redenção pela austeridade sem abordagens complementares à recessão global europeia começa a revelar sinais autofágicos e não é seguro que as condições políticas para a sua continuidade estejam asseguradas. Diria que estamos perante uma espécie de identificação do elo mais fraco. Inicialmente, a Grécia parecia assumir esse estatuto. A situação portuguesa corre esse risco. A Espanha pela sua dimensão e sobretudo pelas condições políticas internas pode também resvalar para essa situação. A Itália aparentemente não está ainda sujeita a esse plano inclinado, mas a instabilidade espanhola pode trazer amargos de boca.
As fotografias de Samuel Aranda para o NY Times com pedaços de uma Espanha em dificuldades ilustram na crueza do seu preto e branco uma situação que só eufemisticamente pode ser caracterizada por um ajustamento.
A tensão política do dia de hoje e as eleições antecipadas na Catalunha para 25 de Novembro de 2012 são pedras de toque de uma aceleração do tempo político que, mais tarde ou mais cedo, pesará sobre a determinação do elo mais fraco.
Destaco duas imagens da reportagem de Samuel Aranda: a privação urbana (fotografia que abre este post) e a queda do modelo imobiliário-turístico (imagem seguinte). Aqui tão perto.



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