Entre o discurso do Pontal e a fava que Vítor Gaspar
apresentou hoje na sequência da 5ª missão de avaliação da TROIKA vai todo um universo
de desorientação e cegueira numa estratégia de abordagem à crise que se destrói
a si própria.
Utilizemos a metáfora do bom aluno tão do agrado dos
membros do Governo.
O que Vítor Gaspar terá conseguido da TROIKA é um
prolongamento da prova e, por mais estranho que possa parecer, do esforço. A
prova colocada ao aluno revelou-se mal concebida e incompatível com o tempo que
lhe estava dedicado. Foi-lhe concedido tempo adicional para tentar remediar o
problema criado. Mas as condições físicas deploráveis do aluno médio eram já notórias,
calo incómodo no traseiro, problemas de coluna, resistências já em queda,
desnutrição progressiva. Outros alunos, provenientes dos quintis mais favoráveis,
faziam a prova em melhores condições físicas, pelo que seu o prolongamento não se traduziu para estes num prolongamento de esforço e de pauperização.
A fava de hoje de Vítor Gaspar equivale a uma desleal
alteração das dificuldades da prova, em simultâneo com o seu prolongamento.
Tenho a intuição que o prolongamento da prova e a desleal
alteração das suas dificuldades vai acabar mal, provavelmente com a rebelião
dos alunos e a demonstração da sua inequidade e injustiça.
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