(Klaus Stuttman, http://www.tagesspiegel.de)
O título deste post provém de um alto funcionário da ONU que se pronunciava sobre o horror que vai interminavelmente sucedendo na Síria. Por estes dias, e como escrevia a “The Economist”, “Alepo é o símbolo da pior espécie de intervenção externa. A Rússia está a ajudar as tropas sírias, e os seus aliados iranianos e xiitas, a exterminar os sitiados rebeldes sunitas. Parece uma tentativa para tomar toda a cidade antes de Barack Obama deixar o cargo no próximo ano, convencidos de que ele não fará nada para os deter. A brutalidade deliberada, incluindo hospitais repetidamente atacados, só alimentará o ressentimento sunita e o extremismo; o mesmo para a insistência da Rússia de que Assad deve permanecer ao comando de qualquer futuro governo de partilha de poder.”
Acima, Putin e Assad são apresentados numa tetricamente satisfeita celebração natalícia perante a destruição que provocam e o cemitério que têm diante de si. Abaixo, duas ilustrações de anteriores fases deste mesmo trágico e indescritível conflito, evidenciando magistralmente duas das suas dimensões mais paradoxalmente absurdas: as das alegadas “ajudas vizinhas” que nele se foram predadoramente manifestando (you’re here to help, right?, pergunta o atónito cidadão) e as do incapacitado conformismo dos habitantes da cidade perante os bombardeamentos, ora por parte de uns ora por parte de outros, a que foram sendo sujeitos (a quem toca bombardear-nos hoje, pergunta com aflitiva naturalidade um deles a um seu companheiro de destino).
Assumindo a cabal inconsequência da mesma, aqui quero deixar registada mais esta expressão de incompreensão e revolta...
(Tom Toles, http://www.nytimes.com)
(Andrés Rábago García, “El Roto”, http://elpais.com)
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