quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

MAIS E MAIS ALEPO



(Klaus Stuttman, http://www.tagesspiegel.de)

(Ricardo Martínez, http://www.elmundo.es)

Esta é a pergunta que inevitavelmente assalta qualquer humano bem intencionado. Uma pergunta que infelizmente não tem nenhuma resposta aceitável e racional. E a síntese noticiosa da “The Economist” de hoje explica porque estamos apenas no final do primeira ato, prognosticando assim a continuidade do horror: “Com a única grande fortaleza urbana dos rebeldes à beira do colapso, o presidente Bashar al-Assad e os seus apoiantes estão numa posição cada vez mais forte. Dada a continuada indiferença da comunidade internacional, o que acontecerá de seguida poderá ser atroz. As forças sírias são acusadas de executarem, deterem e recrutarem civis. Um cessar-fogo fraturante deixou muitos observadores a interrogarem-se sobre se as evacuações prometidas, mas atrasadas, irão acontecer. E a queda de Alepo não acabará com a guerra: Assad está apostado em recuperar o país inteiro. O Estado Islâmico ainda reina na muito escassamente povoada zona do leste do país; as forças rebeldes controlam a província de Idlib, uma larga porção da fronteira com a Jordânia e o território em torno de Damasco, a capital; e as forças turcas e curdas ocupam enclaves separados na zona norte. O Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos advertiu que as cenas negras de Alepo poderiam reproduzir-se novamente por toda a parte; com o Ocidente e o mundo muçulmano sunita paralisados, sobram poucas dúvidas de que assim será.” Ah, e quanto à Europa, essa magnífica criatura parece que está a esta hora reunida em Bruxelas ao mais alto nível e por lá trocando umas ideias em torno do tema Alepo, dizem algumas más línguas que bem mais preocupada com a licitude formal da participação de Theresa May em tão amigável e morno concílio do que com as incalculáveis ilicitudes reais e civilizacionais que se lhe deparam!

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