(A imagem de um músico
de rua, disfarçado de Pai Natal, numa esquina algures em Berlim e as sombras
que se projetam sobre a fotografia, são uma alegoria do Natal deste ano, afinal um ano ao contrário do que
desejaríamos para um mundo mais convivial e tolerante, mas esse será provavelmente
o futuro novo normal em que teremos de nos mover, novos e velhos…)
Na Alemanha e em Berlim jogar-se-ão seguramente nos próximos tempos muitas
das réplicas de intolerância, de fechamento e de suspeição que os acontecimentos
desta semana tenderão a multiplicar, pressionando a Chanceler Merkel a cedências
de acomodação fácil no calculismo político que grassa por aí. Merkel merece vénia
e chapéu pela resistência que tem manifestado ao simplismo linear e oportunista
de uma grande maioria das forças políticas por essa Europa fora. Vénia e chapéu
também por não ter aderido aos desvios franceses, como dói a falta de espinha
das forças políticas francesas e arrepia a queda vertiginosa de Hollande, inferiorizado
com a sua pequenez face à história.
Por cá um Natal também algo atípico, com a impossibilidade circunstancial
de viver na consoada a irrequietude e brilho no olhar dos netos, por força da incontornável
geometria variável das famílias respetivas. Mas energia e esperança não faltarão
para que para o ano os equilíbrios regressem.
Feliz Natal a todos os que se dignam conceder-nos a honra de partilharem a
leitura deste blogue.
Fiquem com as delícias de um vinyl: Duke Ellington meets Count Basie –Battle Royal.
Que torrente de música!
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