Declínio demográfico, desertificação, envelhecimento populacional e por aí fora... tantas são as expressões e os indicadores que, com as suas particularidades em termos de foco, remetem para o mesmo fenómeno de base nas sociedades desenvolvidas dos nossos dias. Não fui verificar com todo o rigor, mas julgo ser verdade que a Espanha é no Continente Europeu um dos casos mais dramáticos da tendência em causa – numa reportagem recente, o “ABC” chama-lhe mesmo “o deserto demográfico da Europa”, explicita alguns dramáticos elementos demonstrativos (80% dos municípios de 14 províncias possuem menos de 1000 habitantes, o meio rural ocupa 84% do território mas concentra apenas 17,6% da população e a Espanha é o país europeu de maior grau de concentração da população em grandes núcleos urbanos) e enuncia doze medidas sugeridas por especialistas para lhe dar combate (ver abaixo). Por cá, o assunto já mereceu manifestações de interesse político em governos precedentes, com o Joaquim Azevedo a protagonizar uma iniciativa voluntarista em torno do fomento da natalidade, e tem sido também tratado por este no quadro de uma unidade missão para a valorização do Interior, com resultados pouco visíveis por razões que a competente e esforçada Helena Freitas já veio explicar publicamente. Agora que a moção de António Costa ao Congresso do PS inclui esta problemática da demografia entre as quatro matérias mais estrategicamente desafiantes para o País (juntamente com as alterações climáticas, a sociedade digital e as desigualdades), talvez possamos ter esperança de que vamos finalmente olhar para ela com olhos de ver – e o secretário-geral do PS até começa bem ao apontar o dedo para o potencial da imigração...
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