segunda-feira, 30 de abril de 2018

BREXIT: ONDE ESTAMOS?

(Ben Jennings, http://www.guardian.co.uk)

(Raquel Marín, http://elpais.com)

(Patrick Blower, http://www.telegraph.co.uk)

Quando já só distam onze meses do prazo definido entre as partes, Theresa May continua a não conseguir livrar-se da carga da pesadíssima cruz negocial, interna e externamente, associada às opções concretas que irão moldar um “Brexit” dado por insuscetível de reversibilidade, tanto mais quanto as probabilidades da sua interrupção já são calculadas em menos de 5%.

No restante, o que mais largamente predomina é a indefinição, desde logo no tocante aos termos da futura relação a ser estabelecida com a União Europeia, estando as alternativas principais divididas entre o radical abandono puro e duro da união aduaneira a que May se encontra de algum modo amarrada pela corrente eurocética do seu partido – “estamos a abandonar a união aduaneira, teremos uma política comercial independente e faremos acordos comerciais em todo o mundo” – ou uma ligação soft mas continuada da Grã-Bretanha à União Europeia por via de um acordo que não interrompa a livre circulação interna dos bens em todo o espaço e a aplicação de uma tarifa externa e de regras técnicas comuns – Bruxelas tem vindo nomeadamente a pressionar com insistência no sentido de obter uma garantia vinculativa de que não venha a resultar o regresso a uma fronteira tensa e difícil entre a Irlanda do Norte e a República da Irlanda.

Deste modo, o principal dilema de May e o verdadeiro campo de batalha em curso e a ser definitivamente desenvolvido em Westminster – onde a primeira-ministra parece vulnerável a uma hipótese de derrota parlamentar, com previsíveis consequências desafiantes para a manutenção da sua liderança – é o da escolha a produzir no tocante à complexa questão da fronteira irlandesa.


Entretanto, e visando uma avaliação menos tributária da correlação política de forças em presença, abaixo se juntam dois gráficos objetivos e economicamente elucidativos que foram retirados de um recente ponto de situação efetuado pelo “Financial Times” (“Customs union: the battleground set to decide the fate of Brexit”). E os ditos mostram-se claramente evidenciadores de quanto é ainda amplamente dominante (apesar de em gradual queda) a relação comercial da Grã-Bretanha com a União Europeia por comparação com as outras grandes zonas potencialmente relevantes em termos de preponderância substitutiva (EUA, Commonwealth e China). Ou seja, também aqui a instabilidade parece má conselheira...


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