(Foi num domingo de chuva copiosa que reencontrei as
aleluias. Tardiamente, já depois do seu apogeu e seriamente danificadas por uma
Primavera demasiado chuvosa. Divergências da vida corrente com os
ritmos da sazonalidade.)
Gosto de ter
referências para os ritmos do tempo e das estações do ano. As aleluias de
Seixas-Caminha sempre foram os meus referentes da Primavera. Em tempos idos,
tinha oportunidade de assistir semanalmente ao seu crescimento até à sua
explosão pré ou pós pascal, tudo dependendo dos alinhamentos do tempo, quer
precipitando a sua explosão, quer diferindo-a para alturas menos usuais. Os
próprios tempos da vida e a instabilidade das mudanças climáticas têm
perturbado a segurança desse ritual. Já há alguns anos que ou as revisito
precipitadamente antes do seu florescimento ou chego tarde e as encontro já longe
do seu vigor. Neste domingo chuvoso, próprio para umas boas guelras, tive
finalmente oportunidade de revisitar as aleluias, este ano atraiçoadas pela
inclemência do tempo.
Estou
inclinado a pensar que os desencontros recentes com os meus referentes da
Primavera poderão ter algo de metafórico, cujo conteúdo de mensagem ainda me
escapa.
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