segunda-feira, 9 de abril de 2018

ENCONTRO TARDIO COM AS ALELUIAS



(Foi num domingo de chuva copiosa que reencontrei as aleluias. Tardiamente, já depois do seu apogeu e seriamente danificadas por uma Primavera demasiado chuvosa. Divergências da vida corrente com os ritmos da sazonalidade.)

Gosto de ter referências para os ritmos do tempo e das estações do ano. As aleluias de Seixas-Caminha sempre foram os meus referentes da Primavera. Em tempos idos, tinha oportunidade de assistir semanalmente ao seu crescimento até à sua explosão pré ou pós pascal, tudo dependendo dos alinhamentos do tempo, quer precipitando a sua explosão, quer diferindo-a para alturas menos usuais. Os próprios tempos da vida e a instabilidade das mudanças climáticas têm perturbado a segurança desse ritual. Já há alguns anos que ou as revisito precipitadamente antes do seu florescimento ou chego tarde e as encontro já longe do seu vigor. Neste domingo chuvoso, próprio para umas boas guelras, tive finalmente oportunidade de revisitar as aleluias, este ano atraiçoadas pela inclemência do tempo.

Estou inclinado a pensar que os desencontros recentes com os meus referentes da Primavera poderão ter algo de metafórico, cujo conteúdo de mensagem ainda me escapa.

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