(Não propriamente uma resenha da reunião, mas antes uma reflexão
de síntese para a minha própria aprendizagem sobre estas coisas. Mas
o movimento do desenvolvimento local está firme e combativo, como sempre, o que
é uma prova de resiliência.)
Antes de mais
a oportunidade de rever malta com a qual tenho alguma cumplicidade de perspetivas,
a Mafalda Cabral da Sol do Ave, a Ana Paula Xavier da Adriminho, o António
Montalvão Machado da ADRAT, a própria Maria João Botelho da MINHA TERRA, gente
conhecida no Centro, no Algarve, gente nova recém-chegada ao movimento, gente
resiliente.
Grande
complementaridade de perspetivas com o António Ramos da ADC e com o Joaquim Felício
da CCDR Centro, o que foi bom para os representantes dos GAL, pois tiveram a
oportunidade de ouvir a tutela facilitadora (a ADC), a tutela apreciadora de
projetos (a CCDRC) e uma perspetiva, a minha, que não consigo bem classificar,
digamos de observador-avaliador, interessado sobretudo na prática reflexiva, ao
meu jeito de “reflexive practitioner”,
que nunca deixei de ser.
Uma incongruência
saltou à minha observação, que não é culpa dos GAL e não me interessa saber de
quem é. Mas que se trata de uma incongruência aparentemente inexplicável para
alguém com distância ao tema, não tenho dúvidas. Afinal, discutia-se o futuro
antecipável do instrumento Desenvolvimento Local de Base Comunitária (DLBC) mas
estranhamente, vá lá saber-se por que atrasos inauditos de implementação da
programação temos execução ainda ZERO do que estivemos a discutir. Será que
ouvi bem? Sim, porque me apoiei sobretudo no ouvido esquerdo.
Mas a reflexão
mais relevante que gostaria de fazer, faço-a numa perspetiva de interrogação:
será que temos governo e base política de suporte para equacionar o
desenvolvimento do país em consonância com a valorização e desenvolvimento da
sociedade civil, tornando-os indissociáveis e de evolução conjunta? Se sim e
quero acreditar que ainda há espaço para uma esperança dessa natureza, então não
desperdicemos o valioso capital de envolvimento das sociedades civis locais que
os GAL têm vindo resilientemente a representar. Sem uma conceção imaculada do
movimento, atento aos riscos do seu fechamento em si, efeito de lock-in organizacional, ignorar e
desperdiçar toda esta fonte de capital social equivaleria a matar muito do
dinamismo que alguns territórios frágeis e vulneráveis ainda conseguem manter,
apesar do declínio demográfico.
Esta é para
mim a questão essencial, mesmo que uma avaliação mais sistemática do
instrumento de política pública possa trazer outros cambiantes.
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