(Assim o esperava e assim aconteceu. Portugal é o país dos manifestos
e um conjunto de personalidades dominantemente à esquerda lá saiu com o
manifesto sobre o discutível atentado à democracia em curso na Catalunha. Para
mim os manifestos deste tipo são sobretudo relevantes para percebermos com quem
não estamos, mesmo, claro está, que não nos tenham perguntado.)
Já escrevi o
suficiente neste espaço sobre o tema Catalunha para ser possível compreender
que não estou do lado dos signatários deste documento. A sua visão do problema
da Catalunha é distorcida e estou convicto que desinformada.
Como mais um
contributo para a desmontagem desse manifesto e da sua perspetiva, recomendo a
vossa atenção para o artigo do jornalista do El País Ignacio Vidal-Foch sobre a
TV3 (link aqui), televisão pública da Catalunha. Talvez os signatários do manifesto queiram
saber que, apesar de toda a ofensiva antidemocrática que o manifesto pretende
denunciar (é um direito pleno que lhes assiste), a TV3 continua ao serviço do
projeto independentista (sim uma televisão pública) e pelos relatos que me
chegam o princípio da pluralidade de opinião (afinal o secessionismo continua a
representar apenas 41% do eleitorado, segundo as sondagens mais recentes) há muito
que foi rasgado da programação e da linha editorial daquela televisão. Mais
ainda, há elementos que demonstram estar intacta a estratégia de comunicação de
agit prop separatista, sim mesmo
depois da aplicação do 155º.
Caros signatários
do manifesto, conviria rever conceitos. Colocar no mesmo saco a luta contra o
franquismo e o que se passa hoje na Catalunha é simplesmente ridículo.
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