sábado, 7 de abril de 2018

EI-LOS QUE PARTEM!


Dados do Eurostat organizados num elucidativo gráfico pelo “Financial Times” chamavam há dias a atenção para uma das terríveis realidades que marcam os dias europeus de hoje: o volume absurdo de desemprego jovem (20-34 anos). Nesse quadro, um elemento interessante que é apresentado tem a ver com a disponibilidade dos jovens europeus desempregados para uma mudança de ares que lhes possa proporcionar um emprego, sendo em média de 50% as indicações de resposta positiva nesse sentido. Curiosamente, que não surpreendentemente, Portugal surge no topo dessa tabela com 70% de abertura a um tal eventual realojamento – o que não deixa de ser mais uma comprovação do caráter visionário de Passos quando viera sugerir a existência de muito lugar no mundo para os seus compatriotas partirem em busca do trabalho que por cá tanto lhes escasseava. Mas, e mais a sério, o certo é que o fenómeno fundador se vai tornando cada vez mais generalizado, enquanto no nosso caso um problema maior – dimensões individual e familiar à parte – se lhe junta: o de que não é tanto a gravidade de eles partirem (o que, aliás, tem também a sua componente indiscutivelmente virtuosa) mas bem mais o desequilibrante impacto nacional decorrente desse fluxo de partidas comparativamente ao escasso movimento nas chegadas...

Sem comentários:

Enviar um comentário