sexta-feira, 27 de março de 2020

LETALIDADE



(Não se trata de morbidez ou obsessão. É tão só a tentativa de ir formulando uma perspetiva global, retendo os países à data com os valores mais elevados de pessoas infetadas. Não ignorando as imperfeições destas comparações, há alguns valores que começam de facto a impressionar.)

A taxa de letalidade do COVID-19 só provavelmente depois de tudo isto amainar e corrigidas que sejam as diferenças de registo ou de modo de registo de mortes e casos confirmados poderá ser interpretada com a distância necessária.

Mas o facto do John Hopkins Coronavirus Center nos atuallzar diariamente a informação leva-nos a monitorizar a evolução das taxas de letalidade. Bem sei que essas taxas dependem também do momento em que a epidemia se encontra, do modo como se registam as mortes observadas (o que é uma morte provocada pelo COVID-19) e ainda da forma como o número de testes realizado influencia o número de casos confirmados.

Ora à data de 27.03.2020, os valores das taxas para os 21 países que comunicaram o maior número de casos já nos dão que pensar:

  • O valor descomunal do valor em Itália sobressai, com 10 mortes por cada 100 infetados;

  • Mas para além da Itália há um conjunto de 5 países com valores que exigem melhor interpretação: Espanha, Irão, França, Holanda e França.

Javier Sampedro arremete hoje no El País contra os dados, afirmando que os valores de infetados em Espanha estarão sub-registados em dimensões insondáveis (link aqui).

Não dá para pensar nesta vertigem. Deixemos que o tempo se abata sobre as terríveis curvas.

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