quinta-feira, 12 de março de 2020

OUTRA VEZ PORTUGAL... E AGORA?



Não nos temos cansado de insistir neste espaço sobre os constrangimentos estruturais que limitam a plena sustentação da economia portuguesa, isto para além de alguns visíveis comportamentos de mudança e correspondentes mas insuficientes realizações positivas. Trago hoje ao conhecimento dos mais atentos a esta problemática três gráficos ilustrativos e elucidativos: o primeiro mostra o débil posicionamento de Portugal ao longo do presente século em termos de PIB per capita e quando comparado com os dez países da Europa Central e Oriental que entraram na União nos últimos quinze anos; o segundo dá conta da fragilidade da nossa situação (22º lugar entre os 27 parceiros europeus) em matéria daquele que é o indicador determinante para aferir o potencial de afirmação e transformação de uma dada economia, o seu nível de produtividade; o terceiro tem a ver com as reações dos agentes nacionais, designadamente num plano de sintomática perversidade quanto é o do crédito ao consumo (14 milhões de euros por dia no ano transato!), assim revelando à saciedade que uma potencial aprendizagem associada à brutal crise que vivemos não passa de um wishful thinking e que as posteriores reversões acontecidas, embora socialmente pertinentes, careciam de elementos de acompanhamento estratégico e pedagógico que não marcaram presença na nossa sociedade e cuja ausência contribuiu para alimentar ilusões de distributivismo pouco consequentes e fortemente enganosas – outra vez o desatento desprezo em relação à necessidade de mudança estrutural e a decorrente verificação da ausência dela, afinal...


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