A recente decisão do Conselho Europeu no sentido de reconhecer a excecionalidade ibérica relativamente ao mercado europeu de energia foi uma decisão sensata mas eficazmente trabalhada, pelo menos em igualdade de circunstâncias nacionais, e arrancada a ferros nos bastidores negociais de Bruxelas, sempre sob orientação dos dois primeiros-ministros mais diretamente envolvidos e beneficiados, Pedro Sánchez e António Costa. Uma decisão que merece registo e aplauso pelo um impacto muitíssimo relevante que terá para Espanha e Portugal nesta conjuntura difícil. Não obstante este lado substantivo do acontecimento, é ainda de sublinhar o pormenor de os espanhóis ― sempre irritantemente incapazes de abdicarem de um nacionalismo vulgar e serôdio ― não cessarem de se afirmar como os grandes donos do resultado obtido, isto quando a consabida credibilidade europeia de Costa e o contributo de outros portugueses que tocaram o dossiê foram seguramente tão relevantes quanto os provenientes das convencidas pretensões grandiosas dos principais responsáveis e meios de comunicação hispânicos. Uma atitude mesquinha que só deve merecer a nossa indiferença, acompanhada da única reação ajustada: eles que levem lá a bicicleta!
domingo, 27 de março de 2022
LEVEM LÁ A BICICLETA!
(José Maria Pérez González – “Peridis”, http://elpais.com)
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