Votação de uma Resolução no Parlamento Europeu sobre a agressão russa à Ucrânia. Seiscentos e setenta e seis (676) deputados votantes, sendo seiscentos e trinta e sete (637) favoráveis (94,23%), treze (13) desfavoráveis (1,92%) e vinte e seis (26) abstencionistas (3,85%). Ora acontece que entre aquelas treze figurinhas que se manifestaram contra (incluindo um eurocético de extrema-direita, um verde, quatro não alinhados e sete da extrema-esquerda europeia) estavam os dois eurodeputados do Partido Comunista Português (PCP), integrantes do grupo político “The Left” em que também se inscreve o Bloco de Esquerda (dos 38 elementos deste grupo, 21 votaram sim, 10 abstiveram-se e apenas os tais 7 votaram não).
A cegueira política assim evidenciada pelo PCP e o seu escolhido autoisolamento e consequente suicídio tornaram-se absolutamente gritantes e, na atual conjuntura, profundamente chocantes. Mas Sandra Pereira e João Pimenta Lopes são apenas os peões de uma decisão partidária que é necessariamente colegial na sua responsabilidade essencial e cristalinamente estratégica em todo o seu esplendor. Os herdeiros de Jerónimo, João Ferreira e João Oliveira, desdobraram-se ontem em explicações junto da comunicação social, esgrimindo argumentos deslocados e marcados por um conhecido dogmatismo antiamericano e anti-NATO e pela habitual ortodoxia das verdades afirmadas como indiscutíveis, confundindo algumas precisões mais ou menos factuais com o caráter cada vez mais decisivo dos princípios universais. Não há outra forma de o dizer: o PCP está fora da realidade e já não tem conserto que lhe possa valer, paz à sua alma!
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