quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

CONVERGÊNCIA DE INÉPCIAS



A anunciada privatização dos Estaleiros de Viana do Castelo corre o risco de se transformar na mais gritante convergência de inépcias. De tipos variados. Inépcias governamentais, pois os atrasos de decisão protelaram a reestruturação necessária da empresa, indefiniram a sua gestão, não a defenderam, não captaram encomendas, enfim cavaram a sua sepultura. Inépcias comunitárias, pois em contextos nos quais a reindustrialização é reivindicada, onde o desemprego estrutural está para durar, as autoridades comunitárias, sem qualquer perspetiva de futuro a não ser os blás-blás da Europa 2020, lançam-se numa eternidade para analisar a conformidade da operação e dos apoios associados. Inépcia sindical pois também não consta que haja qualquer contributo realista e inovador vindo dessas paragens para tornar possível um projeto de futuro para a empresa, capaz de se adaptar às novas correntes da construção naval.
Perante tanta inépcia, a diligente intervenção (de alertas e de chamadas de atenção) da Câmara Municipal de Viana do Castelo e do seu presidente José Maria Costa corre o risco de morrer na praia. E para agravar tudo isto, um conjunto de grupos empresariais de contornos pouco explícitos vai desistindo, um após outro, não garantindo que os resistentes sejam apresentáveis.
Exemplar convergência.

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