A anunciada privatização dos
Estaleiros de Viana do Castelo corre o risco de se transformar na mais gritante
convergência de inépcias. De tipos variados. Inépcias governamentais, pois os
atrasos de decisão protelaram a reestruturação necessária da empresa,
indefiniram a sua gestão, não a defenderam, não captaram encomendas, enfim
cavaram a sua sepultura. Inépcias comunitárias, pois em contextos nos quais a
reindustrialização é reivindicada, onde o desemprego estrutural está para
durar, as autoridades comunitárias, sem qualquer perspetiva de futuro a não ser
os blás-blás da Europa 2020, lançam-se numa eternidade para analisar a
conformidade da operação e dos apoios associados. Inépcia sindical pois também
não consta que haja qualquer contributo realista e inovador vindo dessas
paragens para tornar possível um projeto de futuro para a empresa, capaz de se
adaptar às novas correntes da construção naval.
Perante tanta inépcia, a
diligente intervenção (de alertas e de chamadas de atenção) da Câmara Municipal de Viana do Castelo e do seu
presidente José Maria Costa corre o risco de morrer na praia. E para agravar
tudo isto, um conjunto de grupos empresariais de contornos pouco explícitos vai
desistindo, um após outro, não garantindo que os resistentes sejam apresentáveis.
Exemplar convergência.
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