A tarde de amanhã será
dedicada a uma intervenção na Associação Industrial do Minho numa sessão
centrada no tema da formação-ação em PME. É um tema que me é caro. A minha
argumentação é simples. Tendo a economia portuguesa um problema estrutural de
competitividade, a abordagem a esse problema tem várias dimensões e uma delas é
inequivocamente a das políticas públicas apontadas ao “miolo” organizacional da
empresa. Os programas de formação-ação apontam intrinsecamente para o referido miolo
organizacional, gerando processos de consultadoria e formação associados, cuja
definição parte dos problemas conjuntamente identificados com o próprio empresário.
Isto não significa necessariamente que se trate de um processo imaculado. Os
riscos existem. Metodologias desta natureza podem ser apropriados quer pelas
instituições de oferta de formação profissional, quer pelas redes locais de
consultadoria. As primeiras podem ter a tentação de padronizar (para maior
eficiência) o que é, por definição e por consequência de partir do miolo
organizacional de cada empresa concreta, à medida. As segundas podem capturar
todo o processo, vendendo sobretudo trabalho de consultadoria e não dando o salto
para a identificação e resposta a necessidades de formação ditadas por
problemas organizacionais inibidoras da produtividade. Tudo isto num sistema de
atores bastante complexo, organizado em torno do associativismo empresarial.
Mas apesar dos riscos não
abundam os instrumentos de políticas públicas com proximidade aos problemas
organizacionais das empresas. Por isso, vale a pena aperfeiçoar este
instrumento de políticas públicas de formação.
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