sábado, 2 de fevereiro de 2013

O CANDIDATO RUI MOREIRA APRESENTA-SE



Começa finalmente a ser possível compreender ao que vem a candidatura de Rui Moreira. A publicação do manifesto à Cidade e do conjunto de personalidades que o subscrevem permite finalmente começar a apreender os eventuais aspetos diferenciadores da candidatura que partirá (?) a maioria no poder.
O manifesto é curto mas de largo espectro. Como não poderia deixar de ser (atendendo à mesma ambição da candidatura de Luís Filipe Meneses), também abre com a ideia da metrópole influente, afirmando-se como o polo mais dinâmico do país, embora lhe introduza a questão da relação em rede com a região (provavelmente um blá-blá partilhado por todos os candidatos).
Em termos de comunicação, há algumas ideias bem esgalhadas: o “dar o Porto ao manifesto”, o “Porto moda, o Porto muda”, o “Porto marca e a marca Porto” (que permite ambiguidade que baste com o FCP) e o “de Porto a Porto” para introduzir as questões da intergeracionalidade e do cosmopolitismo. Quanto ao “Contas certas, à moda do Porto”, seria preferível que o manifesto assumisse frontal e explicitamente que se trata de prolongar a consolidação orçamental de Rui Rio e a sua política de moderação de gastos. Mas “contas à moda do Porto” constitui uma formulação indireta de princípios de “accountability”. Por isso, seria interessante que a candidatura explicitasse de que modo pretende iniciar um ciclo de maior transparência na explicitação e visibilização das opções de orientação da despesa municipal.
A lista de subscritores é de respeito e, sobretudo, de elite. É evidente que há um certo enviesamento pró área ocidental da Cidade, ou seja, há uma concentração de personalidades na área da Foz, mas não será por isso que vem mal ao mundo. Curiosa a fratura de apoios na Universidade Católica do Porto (Joaquim Azevedo com Meneses, Alberto Castro, Álvaro Nascimento e Azeredo Lopes com Rui Moreira).
Mas o que parece importante explicitar nos próximos tempos será como, com contas à moda do Porto, ou seja com moderação de gastos e equilíbrio orçamental, o projeto de Rui Moreira fará as suas escolhas para acomodar as ideias centrais do manifesto. Destaco a ideia central da atração do investimento direto estrangeiro transformador e estruturante e aqui o fundamental será projetar o modo como o Porto e a tal região em rede poderão contribuir para um novo ciclo de investimento direto estrangeiro em Portugal, agora definitivamente desligado do sistema financeiro e imobiliário que caracterizou o ciclo (agonizante) anterior.

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