Ontem à tarde, dizem os entendidos que exatamente pelas 17.22 horas, trabalhava à secretária/computador
quando a coisa surgiu. Algo próximo de um ruído forte à mistura com um ligeiro estremeção,
assim como se um camionista menos cuidadoso tivesse momentaneamente perdido o
controlo do seu veículo no empedrado da rua.
O Instituto Português do Mar e da
Atmosfera (IPMA) – um nome deveras feliz! – informou pouco depois que se
tratava afinal de um tremor de terra, ainda que de fraca intensidade (magnitude
3,1 na escala de Richter), cujo epicentro se localizou a cerca de seis
quilómetros a oeste de Paredes (ver imagem acima, reproduzida do JN) e que foi sentido
no Porto e em várias cidades limítrofes.
Vi-me subitamente assaltado por um turbilhão
de lembranças e sensações. De um certo déjà
vu em relação a um momento de infância com contornos similares à memória do
azarado Leonel, surpreendido pelo tsunami de 2004 na Indonésia, tudo dominado
pelo desconforto com que recorrentemente somos levados a consciencializar a vulnerabilidade
e a aleatoriedade que nos envolve…
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