É-me cada vez mais claro que a França já
se tornou e irá ser cada vez mais um elemento nevrálgico no quadro das (in)definições
que moldarão o destino da “construção europeia”. Para o bom e para o mau e em
múltiplos e variados tabuleiros.
Três capas de três jornais europeus deste
fim de semana disseram-no indiretamente, e muito a seu modo. O francês “Le
Figaro” sublinhando quanto as previsões bruxelenses do défice público (3,7% e
3,9% 2013 e 2014, respetivamente) determinam que Hollande já não tenha mais
margem de manobra e se terá de render ao rigor, leia-se à receita dominante da
austeridade. O britânico “Financial Times” sublinhando também que a França já chegou
ao momento de pedir tempo para o cumprimento das metas estabelecidas para o seu
défice. O alemão “Die Welt” recorrendo sintomaticamente à imagem do “Almoço na Relva”
de Manet – ao tempo exibido no “Salon des Refusés”, que ocorreu em paralelo com
o oficial “Salon de Paris”, e objeto de escândalo junto dos extratos mais
conservadores da sociedade – para deixar no ar uma pouco ingénua interrogação sobre
quão preguiçosos são os franceses.
Ça
va être dûr…
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