Em Genève, por força da minha colega Pilar Gonzaléz que
me meteu nestas andanças, em dois dias de trabalho para discutir os avanços do
projeto sobre as consequências da crise e das derivas impostas pelas políticas
de austeridade. Num país em que o estado social é recente, instável pelas
orientações políticas para a sua consolidação e desigual em termos de dimensões,
públicos e territórios, é sempre difícil participar em discussões cujo teor
tende a concentrar-se inevitavelmente sobre os países em que a arquitetura do
modelo é mais acabada.
Para além da identificação das singularidades da presença
do MSE, procurarei defender o argumento de que mesmo antes dos impactos da
crise de 2008 e das derivas das políticas de austeridade, o Estado Social em
Portugal estava sob pressão, devido sobretudo ao esgotamento do modelo de
crescimento que agonizou na década de 2000. Presentemente, está sob uma dupla
pressão. Os problemas do esgotamento do modelo de crescimento continuam
presentes, agora agravados com o desmantelamento imposto pela consolidação
fiscal abrupta e desregulada.
Mas o projeto conta com outras economias do sul – Espanha,
Grécia e Itália. Veremos o que dá essa discussão.
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