segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

CRIME NO TGV

 
“O TGV morreu!”, bramou o determinadérrimo secretário de Estado.
 
Percebeu-se que o móbil do crime assim confessado terá tido principalmente a ver com o pai ideológico da criatura, no caso José Sócrates. E que, para que o crime seja perfeito, não poderão vir a existir passageiros na nova linha a lançar lá mais para diante, isto é, quando o Governo tiver afinal logrado obter o financiamento que há dias a Comissão Europeia veio contrariar já lhe ter sido assegurado.
 
Percebeu-se ainda que dinheiro nenhum pagava a aceitação de uma alta velocidade socrática, pelo que 300 milhões de fundos europeus foram rejeitados e deixados a aproveitamento espanhol. Isso enquanto um montante de verbas europeias da mesma ordem de grandeza terá sido recebido pela Parpública para ajudar a tapar o buraco das PPPs e persistem por tratar as indemnizações a pagar aos vencedores do concurso entretanto cancelado.
 
A confusão impera, portanto. Porque, mesmo não sabendo se as mercadorias assim quererão ser transportadas em quantidades adequadas e compatíveis, “o que queremos é uma linha dos portos do Sul, e futuramente dos portos do Norte, com ligação à Europa, com passagem por Madrid, coerente com as políticas definidas pela Comissão Europeia e consentâneo com a realidade orçamental portuguesa.”
 
Moral da história: para que o Governo de Passos possa demonstrar ao mundo que o seu TGV não é o de Sócrates mas sim um verdadeiro não-TGV – batizem-no de tudo, menos de TGV! –, “o Governo quer uma linha de transporte de mercadorias, não quer transportar passageiros”. E mais nada…

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