A última sensação próxima da que voltei a experimentar ontem à tarde tinha acontecido com o nascimento da minha filha Constança, em boa hora por mim anunciado há já dezanove anos na coluna “Da Outra Margem” que vários de nós então assinavam nas páginas do “Público”. Ainda não me foi concedida a distância suficiente para consciencializar totalmente as diferenças entre ambas as situações, pelo que me limito a reconhecer as semelhanças: o mesmo tipo excecional de emoção, a mesma dimensão inatingível de mistério e a mesma força irradiante da existência.
Nascida em Lisboa e, também ela, fruto de uma cada vez mais frequente e necessária síntese norte-sul, a minha primeira neta chegou hoje. Apesar de não ser supersticioso e de querer muito continuar a acreditar que “geografia não é destino”, não resisto a saudar a intrépida decisão da Filipa e do Nuno “aqui e agora” nem a cruzar por ela estes dedos duplamente paternos no sentido de que, no meio de todo este violento e indecifrável turbilhão, a Clara possa e saiba ser…
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