quinta-feira, 12 de setembro de 2013

INSANIDADES NÃO RESOLVIDAS



Gillian Tett é uma cronista do Financial Times que muito aprecio, sobretudo pela originalidade e heterodoxia das abordagens do sistema financeiro. O seu regresso às crónicas é sempre uma boa notícia e ajuda-nos a compreender melhor as transformações do sistema financeiro.
Pois, no seu mais recente artigo pós regresso de férias, Tett brinda-nos com uma preocupante visão do sistema financeiro americano cinco anos volvidos depois da queda do Lehman Brothers.
Segundo a jornalista, o sistema apresenta seis traços de insanidade que relativizam as melhorias observadas em termos de menor sofisticação na inovação de produtos financeiros, de capitalização de bancos e de sensatez dos agentes. A insanidade ainda reinante seria o produto dos seguintes traços:

  • A dimensão média dos bancos aumentou e não diminuiu: a gravidade dos problemas a existirem é potencialmente maior;

  • O sistema bancário sombra de que tanto se falou no imediato pós Lehman Brothers está a reforçar a sua atividade;

  • O sistema está cada vez mais dependente da confiança dos investidores nos bancos centrais;

  •  A desigualdade aumentou;

  • A investigação judicial de elementos ligados ao setor financeiro não se processou em atividades diretamente ligadas à bolha de crédito;

  • As entidades Fanni Mae e Freddie Mac continuam a sua atividade aparentemente sem serem sujeitas às reformas que em 2008 todos advogavam.

Ora aqui está uma boa pista para analisar se pelo lado de cá do Atlântico a insanidade também persiste.

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