Gillian Tett é uma cronista
do Financial Times que muito aprecio, sobretudo pela originalidade e
heterodoxia das abordagens do sistema financeiro. O seu regresso às crónicas é
sempre uma boa notícia e ajuda-nos a compreender melhor as transformações do
sistema financeiro.
Pois, no seu mais recente artigo pós regresso de férias, Tett brinda-nos com uma preocupante visão do
sistema financeiro americano cinco anos volvidos depois da queda do Lehman Brothers.
Segundo a jornalista, o sistema
apresenta seis traços de insanidade que relativizam as melhorias observadas em
termos de menor sofisticação na inovação de produtos financeiros, de
capitalização de bancos e de sensatez dos agentes. A insanidade ainda reinante
seria o produto dos seguintes traços:
- A dimensão média dos bancos aumentou e não diminuiu: a gravidade dos problemas a existirem é potencialmente maior;
- O sistema bancário sombra de que tanto se falou no imediato pós Lehman Brothers está a reforçar a sua atividade;
- O sistema está cada vez mais dependente da confiança dos investidores nos bancos centrais;
- A desigualdade aumentou;
- A investigação judicial de elementos ligados ao setor financeiro não se processou em atividades diretamente ligadas à bolha de crédito;
- As entidades Fanni Mae e Freddie Mac continuam a sua atividade aparentemente sem serem sujeitas às reformas que em 2008 todos advogavam.
Ora aqui está uma boa pista
para analisar se pelo lado de cá do Atlântico a insanidade também persiste.
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