O tempo voa. Há um ano, este
blogue deu especial relevância e atenção ao que a grande manifestação da Diada catalã representou como evento de
afirmação independentista. À magnitude daquele evento ninguém com algum poder
de interpretação dos factos e dinâmicas sociais ficou indiferente, mesmo que não
se ignorassem as contradições entre as forças políticas que apoiaram então essa
grande manifestação.
Um ano depois, a Diada de 2013 vai realizar-se com algum
sentimento não direi de bloqueamento mas pelo menos com a perceção de que a
escalada independentista enfrenta uma complexa situação política interna, a que
não são indiferentes os múltiplos escândalos financeiros que têm implicado a CiU
principal força política nacionalista.
Por isso, em meu entender, a
Diada de 2013 teria de ser focada em algo que não pudesse ser comparável com a
espantosa manifestação de força de 2012. É nesse campo de interpretação que
aparece a chamada Via Catalana, uma
tentativa de ocupação da costa catalã com uma cadeia humana pro-independência de
proporções nunca antes atingidas. Hoje, em conversa com um amigo catalão,
falava-se que o número de inscrições ultrapassara já as 350.000 pessoas
Mas, por mais impressionante
que a Via Catalana do próximo 11 de
setembro se apresente, essa força não conseguirá escamotear que a via do
nacionalismo independentista se encontra numa encruzilhada e a braços com a
indeterminação das condições concretas em que possa ser realizada uma consulta
popular em 2014.
E para apimentar toda esta
questão o momento político catalão é marcado por um processo de “espionagem”,
ou seja de vigilância por meios ilegais, do filho ex-líder da CiU Jordi Pujol, conhecido
por atividades menos recomendáveis, em que alegadamente surgem envolvidos políticos
do PP e do PSOE catalães.
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